terça-feira, 30 de março de 2010
Terça-feira Santa
O Evangelho da Missa termina com o anúncio de que os Apóstolos deixariam Cristo só durante a Paixão. A Simão Pedro que, cheio de presunção, afirmava: eu darei a minha vida por ti, o Senhor respondeu: tu darás a tua vida por mim? Eu te asseguro que não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes.
Em poucos dias cumpriu-se a predição. Todavia, poucas horas antes, o Mestre tinha-lhes dado uma lição clara, preparando-os para os momentos de escuridão que se avizinhavam.
Ocorreu no dia seguinte ao da entrada triunfal em Jerusalém. Jesus e os Apóstolos tinham saído muito cedo de Betânia e, com a pressa, talvez não tivessem comido nada. O caso é que, como relata São Marcos, o Senhor sentiu fome. Vendo ao longe uma figueira com folhas, foi ver se nela encontraria alguma coisa; mas, ao chegar junto dela, não encontrou senão folhas, pois não era tempo de figos. Disse então: «Nunca mais ninguém coma fruto de ti.» E os discípulos ouviram isto.
Ao entardecer regressaram à aldeia. Devia ser já tarde avançada e não repararam na figueira amaldiçoada. Mas no dia seguinte, terça-feira, ao voltar de novo a Jerusalém, todos contemplaram aquela árvore, antes frondosa, que mostrava os ramos nus e secos. Pedro fê-lo notar a Jesus: «Olha, Mestre, a figueira que amaldiçoaste secou!» Jesus disse-lhes: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a este monte: 'Sai daí e lança-te ao mar', e não vacilar em seu coração, mas acreditar que o que diz vai se realizar, assim acontecerá.
Durante a sua vida pública, para realizar milagres, Jesus pedia uma só coisa: fé. Aos cegos que lhe suplicavam a cura, tinha-lhes perguntado: credes que posso fazer isso? – Sim, Senhor, responderam-lhe. Então tocou-lhes os olhos dizendo: que se faça em vós conforme a vossa fé. E abriram-se-lhes os olhos. E contam os Evangelhos que, em muitos lugares, não realizou prodígios, porque às pessoas lhes faltava fé.
Também nós temos de nos interrogar: como é a nossa fé? Confiamos plenamente na palavra de Deus? Pedimos na oração o que necessitamos, seguros de consegui-lo se é para nosso bem? Insistimos nas súplicas, o que seja preciso, sem desfalecer?
Maria, com a sua fé, tornou possível a obra da Redenção. João Paulo II afirma que no centro deste mistério, no mais vivo desta admiração de fé está Maria, Santa Mãe do Redentor (Redemptoris Mater, 51). Ela acompanha constantemente todos os homens pelos caminhos que conduzem à vida eterna. A Igreja, escreve o Papa, contempla Maria profundamente inserida na história da humanidade, na eterna vocação do homem segundo o desígnio providencial que Deus predispôs eternamente para ele; vê-a maternalmente presente e participante nos múltiplos e complexos problemas que acompanham hoje a vida dos indivíduos, das famílias e das nações; vê-a socorrendo o povo cristão na luta incessante entre o bem e o mal, para que "não caia" ou, se caiu, para que "se erga".
Maria, Mãe nossa: alcança-nos com a tua intercessão poderosa uma fé sincera, uma esperança segura, um amor ardente.
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